Desenvolver um jogo no espaço pode parecer ficção científica, mas para Hideo Kojima, é um plano real — e radical. O lendário criador de jogos declarou recentemente sua ambição de se tornar o primeiro desenvolvedor da história a criar um game enquanto estiver literalmente fora da Terra, a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).
O anúncio foi feito durante o Festival de Cinema de Sydney, onde Kojima, conhecido por seu trabalho em títulos como Metal Gear Solid e Death Stranding, compartilhou sua visão ousada sobre o futuro da criação de jogos. Para ele, não basta imaginar o universo — é preciso vivê-lo de perto.
“Quero treinar de verdade, aprender a atracar e passar alguns meses na Estação Espacial Internacional”, disse Kojima, segundo o jornal The Guardian. “Não sou cientista, mas acho que poderia desenvolver jogos no espaço. Quero ser o primeiro.”
Kojima e a obsessão por experiências únicas
A ideia de criar um jogo no espaço não surgiu por acaso. Kojima sempre buscou experiências imersivas e diferentes de tudo que já foi feito na indústria dos videogames. Em Death Stranding, ele antecipou temas como isolamento, reconexão social e comunicação em tempos de crise — temas que se tornaram ainda mais relevantes com a pandemia da COVID-19.
Agora, sua meta é ultrapassar todos os limites da criação digital, colocando-se em um ambiente extremo e inóspito para produzir algo verdadeiramente inovador. Segundo ele, trabalhar no espaço poderia mudar completamente a forma como um criador percebe e traduz o mundo ao seu redor.
A inspiração: viver perigosamente como Tom Cruise
Durante a entrevista, Kojima brincou ao dizer que sofre da “doença de Tom Cruise”, referindo-se ao astro de Hollywood conhecido por realizar suas próprias acrobacias perigosas na série Missão: Impossível.
“Tom Cruise encontra seu valor quando está com a vida em jogo. Eu quero viver algo assim”, declarou.
As comparações fazem sentido. Cruise já ficou pendurado na lateral de um avião em voo, pulou de penhascos com motocicletas e fez saltos de paraquedas em cenas de tirar o fôlego. Kojima parece querer esse mesmo tipo de emoção, mas canalizada para o processo criativo.
Ele acredita que viver em um ambiente como a ISS, com suas restrições e perigos, traria uma nova perspectiva sobre narrativa, mecânicas de jogo e design imersivo.
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Seria possível desenvolver um jogo no espaço?
Embora pareça uma ideia absurda à primeira vista, o plano de Kojima tem algum embasamento técnico. A bordo da Estação Espacial Internacional há acesso a sistemas de computação avançados, energia elétrica constante e comunicação com a Terra. Além disso, empresas privadas como SpaceX, Blue Origin e Axiom Space já tornaram o turismo espacial uma realidade, com missões cada vez mais acessíveis — pelo menos para milionários.
Kojima, que já tem parcerias com gigantes da tecnologia e do entretenimento, poderia se tornar um dos primeiros criadores a levar a indústria dos games para a órbita terrestre. Ele acredita que, com treinamento adequado, seria possível permanecer por meses na ISS, desenvolvendo partes de um novo projeto com a inspiração de estar literalmente acima do planeta.
O valor simbólico de um jogo criado no espaço
Mais do que apenas uma façanha tecnológica, a ideia de Kojima tem valor simbólico. Criar um jogo no espaço representaria a expansão dos videogames como forma de arte interplanetária. Assim como filmes, músicas e obras literárias já foram levadas ao espaço como expressão cultural, os games também merecem esse espaço — literalmente.
“Se eu conseguir fazer um jogo no espaço, talvez eu pare de reclamar das dores nas costas”, brincou Kojima durante o evento.
Conclusão: sonho maluco ou revolução criativa?
Pode até parecer uma ideia excêntrica, mas vindo de Hideo Kojima, é o tipo de projeto que pode, sim, virar realidade. Ele é conhecido por sonhar grande e transformar conceitos aparentemente impossíveis em experiências cultuadas pela comunidade gamer.
Se sua jornada para criar um jogo no espaço realmente acontecer, Kojima pode não apenas fazer história, mas também inaugurar uma nova era para os games — uma era onde nem mesmo a gravidade segura a criatividade de um desenvolvedor.