A Nintendo venceu um processo contra um vendedor de modchip do Switch e garantiu um acordo de US$ 2 milhões, além de uma liminar permanente que impede o réu de voltar a comercializar hardware modificado. O caso envolveu Ryan Daly, dono da loja Modded Hardware, acusado de vender consoles Nintendo Switch modificados e dispositivos ilegais que permitiam a execução de jogos piratas.
Essa decisão reforça a política rígida da Nintendo contra a pirataria e traz novas discussões sobre os limites entre modding, preservação de jogos e violação de direitos autorais. Mas afinal, o que aconteceu nesse processo e o que ele significa para a comunidade gamer?
Detalhes do processo contra o vendedor de modchip do Switch
O processo teve início em julho de 2024, quando a Nintendo entrou com uma queixa contra Ryan Daly, residente em Michigan, responsável pela loja Modded Hardware.
A empresa alegou que já havia advertido Daly em março de 2024, exigindo que ele parasse de vender consoles Switch modificados e os chamados Switch MIG, dispositivos capazes de rodar cópias não autorizadas de jogos. Apesar do aviso, Daly teria continuado suas atividades, justificando que buscava um novo advogado.
Em resposta ao processo, Daly negou todas as irregularidades e apresentou 17 defesas afirmativas, incluindo alegações de uso justo, enriquecimento injusto e até indução fraudulenta. No entanto, a disputa não chegou a julgamento: um acordo foi firmado, e Daly aceitou pagar US$ 2 milhões à Nintendo.
Além da multa milionária, o réu recebeu uma liminar permanente que o proíbe de vender, promover ou compartilhar qualquer tipo de hardware ou documentação que permita modificar consoles da Nintendo ou facilitar a pirataria de seus jogos.
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Por que esse caso é importante para a Nintendo e para os jogadores?
A vitória da Nintendo nesse processo mostra a postura firme da empresa contra a pirataria e o comércio de consoles modificados. Historicamente, a companhia japonesa é uma das mais ativas na defesa de seus direitos autorais, processando desde sites que distribuem ROMs até criadores de dispositivos que permitem burlar a proteção de seus consoles.
Esse caso chama atenção porque Daly não apenas vendia o hardware para modificação, mas também oferecia um serviço de envio por correio, no qual recebia os consoles de clientes e os devolvia já modificados, muitas vezes com jogos piratas pré-instalados. Isso tornou sua prática ainda mais difícil de defender juridicamente.
Para os jogadores, a notícia pode gerar debates. De um lado, há quem apoie a Nintendo por proteger sua propriedade intelectual e os direitos de seus desenvolvedores. Do outro, existe uma parcela da comunidade que defende o modding como forma de preservação de jogos antigos ou até como ferramenta criativa para expandir a experiência original.
A postura histórica da Nintendo contra modchips e pirataria
Vale destacar que este não é um caso isolado. A Nintendo já entrou com diversas ações semelhantes ao longo dos anos. Algumas curiosidades e exemplos:
- Em 2019, a empresa processou sites que distribuíam ROMs de jogos clássicos, vencendo em vários deles e recebendo indenizações milionárias.
- Grupos de hackers como o Team Xecuter também já foram alvo da Nintendo por vender ferramentas que permitiam desbloquear o Switch.
- A companhia mantém uma linha dura mesmo em situações envolvendo jogos antigos que não estão mais disponíveis comercialmente, argumentando que a pirataria prejudica sua marca e seus futuros investimentos.
Essa consistência mostra que a empresa não vê distinção entre modding e pirataria quando há risco de distribuição de conteúdo ilegal.
Conclusão
O acordo de US$ 2 milhões entre a Nintendo e Ryan Daly reforça a mensagem clara da empresa: ela continuará combatendo com rigor qualquer prática relacionada à pirataria e modificação não autorizada de seus consoles.
Para os jogadores, esse episódio levanta novamente a discussão sobre até onde vai a linha entre modding criativo e pirataria. Enquanto alguns veem os modchips como ferramentas para expandir possibilidades, para a Nintendo eles representam uma ameaça direta ao mercado oficial.
Com casos como esse, fica evidente que o futuro do modding estará sempre sob forte vigilância jurídica.
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