Nintendo processa moderador

Nintendo processa moderador do Reddit por pirataria no Switch e pede US$ 4,5 milhões em indenização

NOTICIAS

A Nintendo processa um moderador do Reddit acusado de piratear jogos do Switch e pede US$ 4,5 milhões em danos. Entenda o caso e o impacto para a comunidade gamer.


Nintendo processa moderador do Reddit por pirataria no Switch

A Nintendo processa um moderador do Reddit por pirataria no Switch, alegando que ele distribuiu ilegalmente cópias de diversos jogos da empresa. O processo pede US$ 4,5 milhões em indenização e busca uma sentença à revelia, já que o acusado não respondeu às notificações do tribunal.

O caso levanta uma nova discussão sobre a pirataria digital e o rigor da Nintendo na proteção de sua propriedade intelectual. A empresa tem um histórico de ações judiciais severas contra quem facilita o acesso a jogos de forma não autorizada — e este é mais um exemplo de sua política de “tolerância zero”.


O caso contra James Williams, o “Archbox”

O processo foi movido contra James Williams, conhecido online como Archbox. Segundo documentos apresentados ao Tribunal Distrital dos Estados Unidos no Distrito Oeste de Washington, Williams teria criado e administrado uma rede de “Pirate Shops”, plataformas que disponibilizavam gratuitamente extensas bibliotecas de jogos piratas do Nintendo Switch.

A Nintendo afirma que, desde 2019, o acusado atuava como proprietário, operador e promotor ativo dessas lojas ilegais. Além disso, Williams também seria moderador principal do grupo “SwitchPirates” no Reddit, que chegou a reunir cerca de 190 mil membros antes de ser encerrado.

De acordo com a denúncia, Williams chegou a solicitar doações em cartões-presente da eShop para comprar novos jogos, pirateá-los e distribuí-los para a comunidade. Algumas dessas lojas ofereciam até níveis “Pro”, permitindo acesso antecipado a determinados títulos em troca de doações maiores.


Como funcionavam as “Pirate Shops” do Switch

A Nintendo detalhou que Williams não apenas distribuía cópias ilegais de jogos, mas também auxiliava na criação e divulgação de softwares de evasão, necessários para rodar os títulos pirateados no console. Ele também teria ajudado usuários a encontrar espelhos internacionais das lojas quando sites originais eram derrubados por ordens judiciais.

Essas plataformas ofereciam centenas ou até milhares de jogos do Switch gratuitamente, comprometendo as vendas oficiais e violando os direitos autorais da empresa. A Nintendo destacou que o impacto financeiro e reputacional de tais práticas é considerável, já que o Switch continua sendo um dos consoles mais vendidos da atualidade.


A reação da Nintendo e o pedido judicial

Em março de 2024, a Nintendo notificou oficialmente Williams, exigindo o encerramento imediato das lojas piratas. O acusado chegou a reconhecer que suas ações violavam os direitos da empresa e afirmou que colaboraria com as exigências. No entanto, segundo o processo, ele não cumpriu o acordo e chegou a negar seu envolvimento direto com as plataformas ilegais.

Diante da falta de cooperação, a Nintendo entrou com ação judicial em junho de 2024, acusando Williams de violação de direitos autorais, evasão tecnológica e tráfico de dispositivos de desbloqueio. Desde então, a empresa afirma que só teve contato com o advogado do acusado uma única vez — em janeiro de 2025 — e que não houve mais respostas desde então.

Como resultado, a Nintendo solicitou uma sentença à revelia, pedindo que o tribunal decida o caso em seu favor sem necessidade de julgamento, devido à ausência de defesa. O valor total pedido é de US$ 4,5 milhões, correspondendo a US$ 150 mil por cada um dos 30 jogos identificados como violados.


O impacto do caso e a posição da Nintendo sobre pirataria

Este processo reforça a estratégia da Nintendo em proteger agressivamente suas propriedades intelectuais. A empresa já moveu ações semelhantes contra emuladores e plataformas de distribuição não oficiais, como os casos envolvendo Yuzu e Ryujinx, que também resultaram em encerramentos e indenizações.

Segundo a lei norte-americana de direitos autorais, o detentor dos direitos pode exigir indenizações de até US$ 150 mil por violação intencional — o que torna a ação da Nintendo juridicamente sólida. Além disso, o comportamento online de Williams, incluindo postagens onde admitia que “a maioria dos que hackeiam o Switch são piratas e não pagam US$ 50 por jogo”, foi usado como prova de intenção deliberada.

Para a comunidade gamer, o caso serve como alerta sobre os riscos da pirataria digital e as possíveis consequências legais de moderar ou participar de comunidades voltadas a esse tipo de prática. Mesmo quem não lucra diretamente pode ser responsabilizado se colaborar com a distribuição ou promoção de conteúdo pirateado.


O que acontece agora

O tribunal norte-americano deve analisar o pedido de sentença à revelia em 24 de outubro de 2025. Caso a decisão seja favorável à Nintendo, Williams poderá ser obrigado a pagar a indenização milionária e a cessar permanentemente qualquer atividade relacionada à pirataria de jogos.

Enquanto isso, o caso consolida ainda mais a imagem da Nintendo como uma das empresas mais rigorosas na defesa de seus direitos autorais. Para o público, é um lembrete claro: a pirataria pode parecer inofensiva, mas o custo jurídico pode ser devastador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *